As cicatrizes são as tatuagens que nunca escolhemos. Seja na sequência de uma cirurgia ou de uma ferida, o receio geral é sempre que as mesmas deixem para trás uma cicatriz. E, como minimizar essa cicatriz e acelerar o processo cicatricial? Falemos sobre este tema que afeta todos de todas as idades.
Primeira fase
Numa primeira fase após a ferida ou corte cirúrgico, a ferida deve ser desinfetada e mantida, segundo instruções médicas ou de um enfermeiro. Muitas das vezes, a ferida necessita de ser coberta com um penso, de forma a evitar microrganismos invasores e uma potencial infeção, ou simplesmente lavada com produtos de pH adequado à pele e desinfetada.
Segunda fase
Quando a crosta cai, começamos aí a segunda fase do processo de cicatrização. Infelizmente, esta é uma área um pouco abandonada pela ciência. Não existem medicamentos para prevenção e tratamento de cicatrizes, e os produtos mencionados a seguir também não têm estudos tão sistemáticos ou robustos como gostaríamos.
É importante falar também na variabilidade entre indivíduos e racial. Todos conhecemos pessoas que cicatrizam rapidamente, enquanto outras têm tendência a demorar mais tempo. Por exemplo, peles mais melanizadas, como Fitzpatrick IV-VI, incorrem em maior risco de hiper pigmentação em cicatrizes, tendo exatamente os mesmos cuidados que uma pele de um fotótipo inferior.
Podemos dividir a maioria dos produtos cosméticos do mercado que visam acelerar a cicatrização em dois grandes grupos: os cremes hidratantes com alguns componentes que ajudam na cicatrização cutânea e os geles de silicone.
Começando pelo primeiro grupo, estes cremes são habitualmente cremes mais gordos, que permitam inclusivamente fazer uma massagem na ferida já fechada, evitando queloides (crescimento de tecido cicatricial em excesso, formando “altos” na pele). Esta massagem deve ser realizada assim que possível, pelo menos uma vez por dia, de forma a estimular a síntese de fibras elásticas como colagénio e elastina por parte de células chamadas fibroblastos. A massagem favorece a cicatrização pois aumenta o aporte sanguíneo à zona que está a ser massajada. Quanto mais estimulada for a ferida já fechada, maior o aporte sanguíneo e maior a renovação dos tecidos. Estes cremes são perfeitos para esta situação porque são suficientemente gordos para fazer “deslizar” os dedos durante a massagem e têm também ingredientes que favorecem a cicatrização como: pantenol, madecassósido, ectoína, betaína, zinco, cobre ou ingredientes humectantes como o ácido hialurónico, glicerina ou a ureia.
A segunda classe de produtos inclui pomadas (ou até pacthes) de silicones que têm uma ação oclusiva. A forma de atuação destes produtos consiste em evitar a perda de água trans epidérmica de forma tão rápida, mantendo na pele os seus fatores naturais de hidratação e criando o ambiente ideal para a cicatrização competente. Alguns estudos preliminares e de fraca robustez indicam que estes produtos podem evitar cicatrizes hipertróficas ou a formação de queloides.
Vamos então ao último pilar de cuidados que deve ter com feridas/suturas: proteção solar. Raramente este passo é falado ou pensado, mas é de extrema importância que existam cuidados redobrados na proteção solar durante o processo de cicatrização e, preferencialmente, além do mesmo. Enquanto decorre o processo de cicatrização, a pele encontra-se mais suscetível a hiperpigmentar de forma definitiva. A solução para o problema deve estar em cobrir o melhor possível a área e em utilizar proteção solar. Nestas situações, o recomendável é utilizar um protetor solar do mais larguíssimo espectro possível, de preferência que seja opaco (daí muitas vezes a recomendação de filtros minerais), até para permitir um controlo de aplicação na zona e uma verificação visual. No entanto, há que reforçar dois pontos: só porque o protetor é mineral e ainda vemos branco, não significa que não seja necessário reaplicar constantemente (no mínimo, de 2/2h durante a exposição solar) e, esta indicação não excluí de todo outro tipo de filtros, os chamados químicos ou orgânicos. Não existe qualquer evidência de que o uso destes filtros seja prejudicial a cicatrizes. Adicionalmente, optar por exemplo por uma textura mais pastosa como os bastões, pode ajudar a reforçar a proteção de uma cicatriz.
Adicionalmente, os cicatrizantes em spray podem ser práticos para quando a cicatriz não pode ainda ser manipulada ou a crosta ainda não caiu. São excelentes produtos e são hidratantes semelhantes aos primeiros cremes mencionados, mas em formato de spray e mais aquosos, muito menos gordos.
Todas estas dicas ajudarão numa cicatriz ou sutura recente, no caso de cicatrizes mais antigas e mais esbranquiçadas, ou até cicatrizes que apresentam “depressões” na pele, como é o exemplo das cicatrizes da acne, não dispensam uma visita a um dermatologista, pois existem soluções para a melhoria do aspeto de algumas cicatrizes mais antigas.
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