A ciência da beleza – Bases de maquilhagem, amigas ou inimigas da nossa pele?

Vej muita gente por aí dizer coisas como “ah eu não uso base, isso estraga a pele”. Errado. Redonda e totalmente errado.

Já não estamos no século XIX onde se usava pó de arroz e as bases eram cataplasmas oculsivas e nojentas. Hoje em dia as bases são mais do que meros cremes com cor: são tecnologia!

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Mas vamos começar pelo princípio, o que é uma base de maquilhagem? É basicamente um creme ao qual foi acrescentado um opacificante e cor através de pigmentos. O opacificante, frequentemente o óxido de zinco ou o dióxido de titânio, serve ainda como uma barreira extra de protecção para a pele, por exemplo o óxido de zinco é antisséptico (excelente para bases para peles acneicas) e o dióxido de titânio reflecte os raios UV (pelo mesmo princípio da tinta branca). Assim, esta camada de pós permite uma protecção contra a emissão directa dos raios solares (embora geralmente as bases não tenham muito SPF quase todas têm qualquer coisa por causa destes ingredientes) e ainda formam uma barreira física contra agentes oxidantes que formam os malfadados radicais livres e promovem o envelhecimento da nossa pele (se quiserem saber mais sobre isto também é só dizer).

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Estes pós são então colocados na fase oleosa da base. Sim, todas as bases líquidas têm uma fase oleosa, até mesmo as que dizem oil free. Se não tivessem “fase oleosa” não haveria onde dispersar os pigmentos e teriam apenas água corada, se é que me faço entender. Não é fisicamente possível tal fenómeno. O que varia nas bases é o tipo de fase oleosa usada, a quantidade de água etc. Por exemplo, em vez de glicerinas e vaselinas, nas bases oil free usam-se silicones, pois alguns deles são oleosos.

Isto é um pouquinho difícil de explicar sem entrar em estruturas químicas de compostos, mas espero estar-me a fazer entender.

Agora que estão mais ou menos explicadas as bases, vamos começar a entrar no presente.

A indústria cosmética hoje em dia é algo fascinante. As bases são apenas um exemplo disso, muitas delas são já anti-age pois protegem activamente (e não de forma passiva que isso protegem todas) contra a oxidação, outras ajudam a não ocorrer hiperpigmentação, outras têm elevadas percentagens de silicones que preenchem as rugas, dando a ilusão que estas não existem, outras têm péptidos que preenchem as rugas também ao longo do tempo, outras ácido hialurónico que promove a hidratação.

É uma absoluta loucura de escolha e uma candyland para makeup nerds como eu! Os pigmentos hoje em dia são micronizados, para ficarem imperceptíveis a olho nú e acabar com o aspecto de “pele de reboco”. A Shiseido tem inclusivamente um sistema de nanoencapsulação de pigmentos, que é algo tão avançado que ainda existem poucos medicamentos no mercado com esta tecnologia, quanto mais passar para a cosmética! Aqui têm um artigo que fala sobre pigmentos miconizados E encapsulados!

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Tudo isto para dizer o seguinte: a base não faz qualquer mal à pele, é um complemento dos cuidados de pele e serve para uniformizar a nossa tez, oferecendo uma protecção extra contra o mundo exterior. Na hora de a escolher devem adaptá-la o máximo possível à vossa pele e às necessidades dela no momento, bem como à vossa cor.

E não duvidem quando vêm coisas na publicidade como “20 anos de pesquisa para a patente x”, porque digo-vos, essa parte é mesmo verdade, a parte em que aquilo frita batatas e vos vai deixar infinitamente mais jovens e felizes é que já não é tão linear assim mas, não duvidem que existe ciência por detrás das bases.

Espero ter respondido à dúvida e, a seguir vem um post sobre desodorizantes que foi o segundo mais votado no facebook para a ordem destes “a ciência da beleza”.